
Aqui morada eterna que me guarda,
gelada fria solitária,
com cheiro de flores em decomposição,
meu corpo em estado de putrefação,
aqui teto de mármore coberto,
sozinho, pálido sem afeto,
visita meus ossos não recebem,
meu espírito não sente a brisa leve,
não deixo saudades nem amores,
deixo calafrios de horrores,
na sua presença não choro mais,
nem bate em meu peito um coração,
hoje luto com Thanatos pela minha libertação,
para minha alma vagar,
para um destino eterno quer levar,
mas gosto de minha morada,
daqui vejo os corvos em revoada,
e passo minha eternidade assim,
esperando os outros que eu conheci.
Rafael Monagatti