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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

As tardes


passa as tardes , insones noites,

refugio-me em minha'lma,

sobra no peito um vazio,

me alivio em lágrimas,

penso em seus olhos,

logo me escondo do que me acalma,

tardes de luto, de amores difusos,

em que me encerro,

vejo um poço de fundo desprezo,

e me deparo de frente ao espelho,

não tenho sonhos,

não tenho tempo,

tenho apenas o vazio no peito,

sem mais as tardes,

sem mais tormentos,

não tenho alma, só sofrimento,

e deixo seguirem os dias,

que passem as horas perdidas,

já que a muito perdi o refugio que em mim havia.


Rafael Monagatti

domingo, 19 de setembro de 2010

Ancoradouro


vai a nau a deriva na amplidão do navegar

solta como botes sem vidas a salvar,

entre ar recifes de corais,

entre barreiras intransponiveis de passar,

vai a nau em pleno entardecer,

a deriva no mar de solidão,

sem ancoradouro, sem um coração,

na maré vazante que se esvai,

entre a lua que modifica seu rumo,

entre fortes ventos, entre os naufrágios,

entre os assaltos de piratas e cantos de sereias,

vai a nau a deriva na solidão do mar,

no refugio onde homens ficam soltos em seus sonhos,

onde crakens, os atacam com tentáculos,

com sua fúria destroça os sentimentos,

onde não importa o fim ou o começo,

onde tudo se ilumina com a lua,

vai a nau a deriva na amplidão desse mar,

que se chama solidão.

vai a nau em destino ao seu porto,

seu destino é um ancoradouro,

um cais seguro para uma nau a deriva.

um ancoradouro para esse coração.


Rafael Monagatti

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sociedade do poeta morto


morre por amor, morre por solidão,

morre por saber dizer, morre pelo coração,

morre por viver a vida, morre pela a intensidade,

morre por não saber negar, morre pela vaidade,

morre por sucumbir a dor do desprezo,

morre por não esquecer, morto se entrega ao leito,

morre poeta morre,

porque tu é feito de palavras,

morre poeta morre,

porque quanto mais triste mais bonito soa,

morto o poeta vive,

vive no coração de quem te leu,

morto o poeta vive,

porque de tu ninguém se esqueceu,

quem da poesia é feito, como eu,

na dor encontra o seu refugio,

quem morreu como eu,

nasceu poeta nesse mundo.

agora entendo porque o poeta vive pouco,

agora entendo que um poeta vive intenso,

viva caros poetas,

e assim construiremos nossa sociedade,

uma sociedade de poetas mortos,

pois quem como eu, morreu nessa vida,

nasce poeta para expressar a dor da ferida.


Rafael Monagatti