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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Pela eternidade


Aqui morada eterna que me guarda,
gelada fria solitária,
com cheiro de flores em decomposição,
meu corpo em estado de putrefação,
aqui teto de mármore coberto,
sozinho, pálido sem afeto,
visita meus ossos não recebem,
meu espírito não sente a brisa leve,
não deixo saudades nem amores,
deixo calafrios de horrores,
na sua presença não choro mais,
nem bate em meu peito um coração,
hoje luto com Thanatos pela minha libertação,
para minha alma vagar,
para um destino eterno quer levar,
mas gosto de minha morada,
daqui vejo os corvos em revoada,
e passo minha eternidade assim,
esperando os outros que eu conheci.

Rafael Monagatti

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Lúcifer


Entre anjos e nefilins pisei meus passos,
e pesada foi a foice ceifando sonhos,
matando de desejos pobres almas,
evocando demónios na tua mente,
a sinistra do teu lado ando,
já pensando na desencarnação terrena,
sou o fruto da árvore do pecado,
sou a voz que faz a tua cobiça,
andarilho das nações do mundo,
sou a fome, a peste e a mortandade,
sou aquele que anda a tua sinistra,
o que enche de coragem a tua mente,
sou a mentira de maneira mais sincera,
os sete pecados dos doze mandamentos,
sou eu mesmo desde de sempre,
e com a queda conquistei meu reino,
me chame de tentação, cobiça ou avareza,
o senhor da maleficiencia,
sou Lúcifer e do céu fui derrubado,
e hoje a terra é o meu reinado...

Rafael Monagatti

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Ceifador Sinistro


Varre as ruas embusca de almas,
ceifando dos sonhos de podres penadas,
busca os lúdicos e os derrotados,
busca em cantos os pobres calados,

ceifeiro cruel e doce com sua foice,
seu manto negro cobre teu refugio pálido,
com um toque leve, jaz rouba a vida,
com ele alivia a dor de quem agoniza,

ceifador sinistro, de vidas se alimenta,
deixando para os vivos a dor de uma ausência,
podes ser chamado morte ou anjo sem destra,
ceifador macabro minha alma a tua espera,

e quando me chamar, enfim, não responderei,
para um juízo eterno não confiarei,
sem mistérios há descobrir,
ceifador de vidas eu te espero aqui...

Rafael Monagatti

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Deveras


deveras a aparência sombria marcada,
entre as bodas jaz outro ano,
e a mercê de seus sorrisos fico,
marcada no seu encanto,
devo dizer que já não és minha?
devo negar sua influencia?
devo sentir a sua ausência?
devo negar a minha existência?
deveras crer que outras não existem,
acreditar na mentira de mentira minha alma,
nos olhos sombrios da minha janela,
incluso a dor de minha penitencia,
devo dizer que sem mim não há luz?
devo negar a minha penitencia?
devo sentir a sua ausência?
deveras ter tido a aparência sombria...

Rafael Monagatti

sábado, 22 de janeiro de 2011

Pacto Selado


roda da vida, gira e pare enfrente você,
o que fazer? o que dizer?
sempre palavras secas em uma garganta sem voz,
no púlpito de meu coração, revela segredos,
e na abobada celeste,
no entardecer reflete teu rosto,
sempre lembrança deixadas a outrora,
para benevolencia de um coração,
mais entrego a ti meu corpo, minha alma e minha mente,
em frases insconsequentes,
de sentidos próprios e próprios desejos,
sempre fazendo parte desse jogo,
onde o perder se mede em ganhar,
onde o vencedor serve o derrotado,
onde fizemos o nosso pacto sagrado,
desgovernado em meus dizeres,
o poeta segue o traço de seus dedos,
escrevendo o que dele é golfado,
selando um trato de livre adoração,
de invocação, de lembranças sortidas,
soltas nesse mar de vida, e como o mar vem a tona,
derrota o homem e faz dele poeta,
para sem funestas palavras, dizer que me leve,
e como um demónio na encruzilhada sele o pacto,
de fazer meus dias mais sutis,
de fazer da minha existência mais alegre,
então o que mais posso dizer alem de que...
o pacto se sele!!!


Rafael Monagatti

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O.A.B, otimos, autonomos e brasileiros


no direito, o indireito,
advogado enxerga vesgo,
procura toda a cura,
na fatura da disputa,
o pagamento do cliente,
o imperfeito ser o jeito,
no perfeito, julga sem saber o medo,
avalia a historia,
e decide de quem é a razão,
muda a verdade,
joga a vaidade,
vestido de urubu,
enfrente ao júri abre o seu baú,
toda a verdade,
de terno e gravata,
decide a verdade,
sem perder a fala,
julga a ocasião,
com a justiça que é cega,
e em terra de cego,
quem tem olho é rei.
mesmo que seja vesgo,
mesmo assim decide os seus direitos.

Rafael Monagatti

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

suicida


me odeio por permanecer aqui,
parado fingindo gostar do que não quero,
me odeio por fazer o que não quero,
por ter que sorrir enquanto quero chorar,
odeio-me por ter obtido a felicidade e deixa-la,
por seguir a monotoma seguencia de meus dias,
tenho que viver esses dias como punição a minha tolice,
pagar pelos meus erros e seguir minha penitencia,
odeio-me tanto a ponto de querer não ser mais eu mesmo,
não sei mais o que sou,
não quero mais isso para mim cansei desse esforço tolo,
cansei de odiar todos os dias por ter me tornado o que sou,
mas se minha vida for isso então odiarei viver...

O verso do poeta


o que dizer do verso do poeta?
será sentimento ou apenas fingimento?
será real ou só distorção?
a fuga de um medo ou um desejo intenso?
quem sabe apenas palavras jogadas ao vento?
dizer o que pensa ou pensar pelos outros?
serão suas palavras tesouros?
demónios exorcizados no papel?
a face obscura do querer?
dias de pouca coragem?
versos sem nenhuma linguagem?
sonhos inalcanssaveis?
desejos inssaciaveis?
drama, emoção e carinho,
morte, dor e desatino?
um dia quente de sol?
uma noite de fúnebre lembrança?
dissonância, discordancia,
incongruência nos sentidos?
versos que trazem alivio?
ou tudo que o poeta já disse?
ou nada que possa ser dito?
afinal o que quer dizer o verso do poeta?

Rafael Monagatti

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

vida mundana


sangue que escorre da montanha,
rasga-me as entranhas,
devora-me os sentidos sufocando a minha voz,

fúria de titãs,
duelo de dois clãs,
fuga de alcatraz, a imagem de um algoz,

severa penitencia,
amor sem paciência,
desejo de vingança, um voo do albatroz,

voz calada,
voz que impulsa,
um sonho que não muda, um mundo tão feroz,

calmo e tão insano,
caudaloso e tão mundano,
de corpo e de alma, a vida é tão veloz.

Rafael Monagatti

domingo, 9 de janeiro de 2011

Do ventre teu


segura teu filho mãe,
segura a tua mão pela tua vida,
carrega teu filho no ventre,
doa-lhe a vida inerente,
na dádiva que Deus concedeu a você,
emociona-se a cada passo dado,
a cada nova experiência,
pela ciência de ter concebido,
filtra o que lhe é ensinado,
mãe teu nascido para ser amado,
resultado do fruto do seu pecado,
de amor...
vê mãe teu filho já é crescido,
seu caminho escolhe sozinho,
e você preocupada com a dor,
mãe não te culpes por nenhum desvio,
afinal o teu filho tem livre arbítrio.
e foi o pai que mandou...

Rafael Monagatti

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Carnificina


rasga a carne devorando-me as estranhas,
em um rico ritual de sadismo,
aplaudo quem me desdém,
afogando-me no imaculado refugio de minha alma,
onde os dentes não me tocam,
já não faço orgias carnais de pura putrefação,
rasga a garganta frágil que me gorjeá,
planejo a fuga de meus sentidos,
pouco a pouco degustados,
num canibalismo mórbido,
da tua saliva fico enojado,
e desfalece minha vontade de viver,
entre teus braços,
onde meu suplicio torna-se um vicio,
e do meu desejo torno-me vitima,
nessa carnificina chamada amor.

Rafael Monagatti