
limpou o sangue da face,
nela a estampa viva de um crime,
viveu por amor, morreu por amor,
e por ele matou.
sua imagem desfalecida já não era não linda,
não havia na sua face o sorriso que o encantará,
não havia em sua boca a fala que o agoniara,
apenas havia a estampa viva de uma morte rápida,
degolada.
foi assim que o amor morreu e matou,
por ciumes, passional.
apenas limpou o sangue da face,
e ali ficou paralisado,
pensando no crime que havia cometido,
na agonia que havia terminado,
amor, este nunca vem com paz,
este sempre vem com dor,
ele pega a mesma arma,
a faca que ela tanto cozinhou,
e em um golpe rápido a agonia terminou.
não havia mais a dor em sua face,
não havia mais em sua boca a voz,
apenas havia a estampa serenidade,
de quem cometeu um crime por amor.
Rafael Monagatti